Entenda mais sobre orçamento público em poucos cliques
Veja o significado de alguns termos do orçamento público
Depois do orçamento, no qual o governo planeja seus gastos, inicia-se o processo de contratação de empresas, ou compra de materiais, e quando acontece esta contratação o governo faz a reserva destes recursos para o pagamento destas compras. A despesa é chamada de Empenhada, quando nasce a obrigação de pagamento da despesa pelo governo. Este, realiza a reserva daquele valor para que seja pago assim que o serviço prestado seja concluído e/ou o produto seja entregue para o poder público.
Controlar, gerenciar e monitorar os recursos públicos é uma tarefa complexa. O governo, em todas suas esferas, federal, estadual e municipal, tem a obrigação de desempenhar diversos papeis de suma importância para a sociedade, como a construção de postos de saúde, a compra de equipamentos, a contratação de funcionários, a manutenção de escolas e espaços públicos, entre diversas outras atividades.
A contabilidade pública surge neste contexto. Ela tem o intuito de registrar e controlar os recursos públicos, a execução orçamentária, o patrimônio público e suas variações. Ou seja, a contabilidade pública é um instrumento de controle e acompanhamento da situação patrimonial das entidades governamentais. É por meio da contabilidade pública que podemos acompanhar como estão sendo aplicados os recursos da sociedade.
Os recursos do governo são fruto dos pagamentos dos impostos, taxas e contribuições, feitos pela população em geral. Em contabilidade chamamos estes recursos de Receita Pública. A receita pública é a origem dos recursos do governo, para que ele consiga executar obras, pagar os funcionários públicos, pagar as aposentadorias, e cumprir com todas suas outras atribuições. Ainda, as receitas públicas podem ser divididas em dois grupos que explicam suas origens, as receitas primárias e as receitas financeiras. As Receitas Primárias são aquelas que já foram citadas aqui anteriormente, advindas dos pagamentos dos impostos, taxas e contribuições, sua principal característica é que para que o governo arrecade uma receita primária ele não precisa contrair nenhuma dívida. Diferente das Receitas Financeiras, que nascem de fontes de financiamento, ou seja, é a tomada de empréstimos que deverão ser pagos no futuro com juros e correção monetária.
Todos os anos o governo elabora o orçamento público. O Orçamento Público é o documento onde o governo mostra o quanto planeja gastar em cada área, e o quanto arrecada de impostos, taxas e contribuições. Todas as atividades que o governo pretende exercer naquele ano, devem estar dentro do orçamento, e os valores que serão gastos com estas atividades deverão ser fixadas. Esse valor fixado no orçamento do ano é chamado de Valor Planejado. Sendo assim, para que o governo possa realizar qualquer atividade é imprescindível que esta obra esteja no orçamento público.
O planejamento dentro do orçamento público é muito importante para que o governo tenha noção dos valores que ele terá disponível para gastar com determinadas atividades, pois nem toda receita disponível poderá ser utilizada conforme o governo deseja. Algumas receitas específicas entram para o governo já destinadas, elas só poderão ser gastas conforme é determinado na legislação brasileira. Estas receitas com destinação são chamadas de Receitas Vinculadas.
Além das receitas vinculadas, alguns gastos públicos são considerados como obrigatórios. As Despesas Obrigatórias são aquelas que o governo não tem discricionariedade, ou seja, não tem liberdade para agir. Um exemplo de despesa obrigatória são os gastos mínimos que o governo deve aplicar em educação e saúde previstos na constituição federal. Após esta divisão, resta ao orçamento discutir sobre as Despesas Discricionárias, aquelas em que o poder público tem o poder de agir e decidir.
Assim que o orçamento é aprovado e entra em vigor naquele ano, o governo está autorizado a começar a realizar as atividades previstas naquele documento. É válido ressaltar, que mesmo que um gasto esteja previsto no orçamento, isto não é uma garantia de que ele será executado, pois o orçamento brasileiro é um Orçamento Autorizativo, ou seja, quando a lei orçamentária é aprovada, ela autoriza a realização do gasto, mas não a obriga.
Uma obra demanda diversos gastos diferentes, como a contração de empresas de engenharia, mão de obra, entre outros. Estes gastos são chamados de Despesa pública. A despesa pública é a aplicação dos recursos financeiros arrecadados pelo governo, por meio da contração de prestadores de serviço, compra de materiais, entre outros. A despesa pública deve ser acompanhada de perto pela população e pelo governo, e para isso ela é dividida em três etapas: Empenhado; Liquidado e Pago.
O processo de compras do governo é um passo muito importante que visa garantir a integridade da compra pública. Este processo de compra chama-se Licitação. A licitação é uma ordem administrativo que busca levantar os possíveis fornecedores de determinado produto, e realizar comparações entre preços, e características de qualidade, para escolha do melhor fornecedor.
Quando o governo inicia a contração das empresas e a compra dos materiais para a realização da obra, ele emite notas de empenho. A despesa é chamada de Empenhada, quando nasce a obrigação de pagamento da despesa pelo governo. Este, realiza a reserva daquele valor para que seja pago assim que o serviço prestado seja concluído e/ou o produto seja entregue para o poder público. Assim que o serviço é prestado e/ou o material é entregue, o governo tem o papel de verificar se a entrega foi realizada conforme a contratação, e se ela atende as necessidades daquele pedido. Em caso afirmativo, a despesa passa para sua segunda etapa, liquidada. A despesa Liquidada é exatamente a etapa de verificação e contatação daquilo que foi adquirido pelo governo.
Ao final deste processo, se na fase de liquidação tudo estiver conforme o contratado, o governo poderá realizar o repasse do valor ao fornecedor. Essa etapa é justamente a etapa de Pagamento. O pagamento é o repasse do valor acordado pelas partes.
Assim como as receitas, as despesas também podem ser classificadas de acordo com sua origem, em despesas primárias e despesas financeiras. As Despesas Primárias são aquelas que nascem no decorrer dos gastos da atividade pública, e não configuram o pagamento de encargos de dívidas. E as Despesas Financeiras são aquelas que representam o pagamento da parcela de juros e correção monetária das receitas financeiras.
Outro conceito importante dentro da contabilidade pública são os ativos. Ativo é um item que tem a capacidade de criar benefícios econômicos ao poder público. Para ser considerado como ativo, ele deve ser controlado no presente pelo poder público e deve ser resultado de um evento passado, ou seja, eles são o resultado de operações passadas como por exemplo sua compra ou produção. Simplificando, os ativos são itens como imóveis, máquinas, dinheiro, entre diversos outros, que são do poder público, e ao serem utilizados geram benefícios a ele. Já os passivos representam as obrigações do governo. Por definição, passivo é uma obrigação presente, que tem origem em um evento passado e que para deixar de existir, deverá envolver uma saída de recursos do poder público. Em suma, os passivos podem ser exemplificados como as prestações que se tem a pagar de uma compra a prazo, por exemplo, ao adquirir equipamento de maneira parcelada, o governo terá a obrigação de efetuar os devidos pagamentos, obrigações essas que surgiram deum evento passado (a aquisição do bem) e para que esta obrigação deixe de existir, o poder público deverá quitá-la.
Nossos parceiros na construção do nosso glossário
Elionor Jreige Weffort - Professora pesquisadora do Programa de Mestrado da FECAP - Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado
Denis Leandro Carvalho - Aluno do Programa de Mestrado da FECAP - Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado